1- Você conseguiu um excelente resultado no mundial da Itália, o 4º lugar. Como você avaliou esta competição?
Foi uma competição de grande importância para o kiteboarding olímpico,visto que foi o 1º grande evento após o anúncio de que o kite iria substituir o wind no Rio 2016.Tivemos mais de 200 atletas inscritos e nenhum acidente. Pudemos mostrar que nos adaptamos a variadas condições de tempo e vento e estamos prontos para uma Olimpíada. Quanto ao meu resultado não fiquei totalmente satisfeita. Tive alguns problemas com meus equipamentos, que me fizeram perder rendimento o que me afastou do pódio. Porém, não posso dizer que fiquei triste com a 4º colocação. Sei que tenho grandes chances em melhorar meu desempenho, corrigir os erros e partir para a próxima.
Acredito que ainda temos um longo caminho a percorrer até 2016. São 4 anos em que muita coisa pode mudar, mas estou totalmente focada em chegar no Rio e disputar a medalha de ouro. Acredito que teremos mais espaço na mídia sim e espero que haja mais investimentos para conseguirmos fazermos um bom ciclo olímpico, com boa estrutura e tranquilidade para focar apenas no treinamento.
3- O kitesurf substituirá a RS:X como classe olímpica. Quais as principais diferenças entre uma e outra e porque na sua opinião houve a mudança?
O kite e o wind são esportes bem diferentes,apesar de serem classificados pela ISAF como concorrentes por se enquadrarem na categoria "pranchas a vela". Porém, é só olhar para os dois que se vê as grandes diferenças... Acredito que vários fatores pesaram para a escolha do kiteboarding: maior facilidade em transportar o equipamento, menor custo e ser a categoria a vela que mais cresce em números de praticantes.
4- Conte sobre sua trajetória na vela. Já participou em outras classes e porque escolheu o kitesurf?
Sempre pratiquei esportes. Comecei na natação,depois passei pelo vôlei de praia,futebol,surf,até que em 2002 conheci o kitesurf através do meu marido - Hugo Montenegro-que foi quem introduziu o Kite aqui em João Pessoa. Ele me passou as primeiras aulas e até hoje me acompanha como técnico nas competições. Já Participei de algumas competições de regatas em classes oceânicas com meu Sogro, Martinho,que é um dos grandes nomes da vela aqui em João Pessoa. Desde o início me identifiquei bastante com esporte por unir as minhas maiores paixões: o Mar, a radicalidade e o meu marido! :)
5- No que acha que precisa melhorar para buscar uma medalha olímpica?
Durante este mundial aprendi da pior forma possível que temos que estar com os equipamentos em dia para competir de igual para igual. Para este mundial tive problemas com o transporte de minha prancha que me atrapalharam um pouco. Nesta categoria o equipamento conta 50% e os outros 50% é esforço pessoal e dedicação. Fora isso,também preciso melhorar na parte técnica, principalmente nas largadas,que é um ponto muito importante para as regatas de kite, já que são muito rápidas. Uma largada errada vai custar muito caro,pois existe pouco tempo para fazer uma regata de recuperação.
6- Quantas horas você treina por dia e o local de treino está em boas situações?
Atualmente estou treinando no mínimo 2 horas por dia na água todos os dias e 2 horas com apoio do meu preparador físico o Cláudio Uchôa Filho, de segunda a sexta. Para o próximo ano os planos são de intensificar os treinamentos,passando para um rotina que incluem 2 treinos específicos na água por dia além da mais 2horas de preparação física na academia. Meu local de treinos é na Praia de Intermares. Considero um dos melhores lugares do mundo para a prática e treinamento nesta categoria já que encontro condições de vento e maré variadas durante todo o ano,o que me deixa preparada para competir em qualquer situação (menos no frio,rs).
7- Cite seus apoiadores e patrocinadores
Aton Sports/North Kites - Me fornece todos os equipamentos necessários para a prática do esporte.
COB/CBVM/ABK - Suporte financeiro para competições.
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