A entrevista da semana é com nossa representante no tiro esportivo em Londres, prova de pistola tiro rápido, Ana Luisa Ferrão. Ela começou a praticar o esporte apenas aos 25 anos. Hoje tem 38 e foi uma das primeiras atletas a conseguir vaga olímpica ainda em 2010 no Pan-Americano do Rio de Janeiro. Ganhadora do prêmio Brasil Olímpico na sua modalidade em 2011, ouro no Pan de Guadalajara, Ana poderá ser uma surpresa de bom resultado para o Brasil na Olimpíada. A carioca respondeu a 6 perguntas
1- O tiro foi uma das primeiras modalidades a definir os classificados para Londres e você, uma das primeiras a conquistar a vaga. Isso foi bom para dar tranquilidade, ou ruim por aumentar a ansiedade pela Olimpíada?
Foi um pouco de cada coisa. No primeiro momento foi um alívio saber que a vaga olímpica estava assegurada. Porém, veio também o desejo de manter o padrão, de confirmar resultados diante da expectativa de todos... No Pan, mesmo já tendo a vaga, queria mais uma vez provar que era a melhor naquela competição. Agora, estou tentando relaxar mais e não me importar com expectativas externas.
2-Qual a importância em participar de etapas da Copa do Mundo, na preparação para a Olimpíada? Você costumava viajar para competições internacionais antes da vaga olímpica?
É muito importante participar do maior número possível de provas internacionais, onde estão as melhores atletas do mundo. O tiro é um esporte muito emocional, onde conta muito a maneira como o atleta vai lidar com a situação de estresse de uma prova. Assim, é bom que eu me acostume a passar por essa situação fazendo isso várias vezes. Eu, como atleta da seleção brasileira e durante períodos convocada pela Comissão de Desportos do Exército (CDE), participei de várias competições internacionais, porém nunca como agora, em que estou me preparando para representar o Brasil nos Jogos.
3- Que resultado será satisfatório para você em Londres?
É difícil falar em colocação, já que é um esporte que em que o atleta na verdade compete consigo mesmo. Mas meu sonho é ficar entre as oito primeiras, o que me levaria a participar de uma final olímpica.
4- Como está sua rotina de treinamentos? Está se dedicando só a preparação olímpica?
Sim, estou me dedicando somente ao esporte. Nesse momento estou na cidade de Creil, na França. junto com José Carlos Iengo, que é meu treinador (e namorado ) para aclimatação para a Copa do Mundo de Londres, evento teste de tiro dos Jogos Olímpicos. Durante esse período também estamos treinando com a atleta francesa Celine Goberville, também classificada para Londres. Até os Jogos, há várias competições internacionais programadas.
5-Quais as maiores dificuldades que uma atleta de tiro encontra no Brasil?
Uma das dificuldades é a compra do material. Como trata-se de armas e munições existe uma burocracia que dificulta a aquisição e importação. Acredito que regras mais brandas, pelo menos para atletas que comprovadamente representam o Brasil no esporte seriam bem oportunas.
6- Quem te apoia? Você tem algum patrocínio?
Desde 2009 estou afastada das minhas funções no Exército ( sou Major, e minha função é professora de biologia) para treinar para os Jogos Mundiais Militares, evento que ocorreu no Rio de Janeiro em 2011. Durante esse tempo, foi fundamental o apoio que recebi da CDE de munição e disponibilidade para treinamento. No momento recebo o apoio do Comitê Olímpico Brasileiro, que possibilita as viagens de preparação, bem como a compra de equipamentos. Além disso, conto com o apoio do Ministério do Esporte, que com o programa Bolsa Atleta, ajuda a custear outros gastos.
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