ENTREVISTA DA SEMANA: LAILA FERRER- atletismo- lançamento do dardo

A surpresa positiva no último final de semana no esporte brasileiro foi a classificação para a Olimpíada de Laila Ferrer do lançamento de dardo. No GP Internacional do Rio de Janeiro, Laila fez 60m21, superando os 59m75 do índice. Se fizesse essa marca no último mundial, seria 8º colocada. A cearense de 29 anos só começou a competir aos 25. Ela  respondeu a 6 perguntas.

1- Você esperava alcançar o índice olímpico no GP do Rio. Como foi seu treinamento?
Eu sabia que poderia lançar sim e fui determinada a fazer o índice. Desta forma, ficaria tranquila para competir no Ibero Americano e no Troféu Brasil. Os meus treinamentos foram focados pelo meu treinador Pedro Attilio para estas competições e estão dando certo.

2- O Brasil não tem tradição em provas de arremessos, ao contrário das provas de saltos? Na sua avaliação, o que é preciso para esse quadro mudar?
O Brasil investe muito pouco no atletismo na escola. As crianças tem poucas oportunidades de praticar o atletismo pois não temos pistas suficientes. Eu mesmo só conheci o atletismo quando entrei na faculdade aos 25 anos.

3- Que resultado te deixará satisfeito em Londres? Repetir o arremesso do Troféu Brasil?
Vou treinar com o foco de ultrapasar os 63 metros. Acho que esse seria um bom resultado e me levaria a uma final olímpica.

4- O que a levou a praticar o lançamento do dardo?  Há quantos anos você treina e qual sua rotina de treinamentos?
Com 25 anos de idade entrei na faculdade de educação física no Ceará. Fui convidada a fazer um teste no atletismo e me apresentaram o dardo. Então o treinador viu que eu tinha o braço rápido e me colocou para lançar. Me apaixonei. Treino segunda, quarta e sexta em Santo André, em uma academia chamada Nautilus. As terças, quintas e sábados treino no Centro Olímpico em São Paulo, de 2 a 4 horas por dia.

5- Você tem algum ídolo ( a) no lançamento de dardo?
Sim.Jan Zelezny, tcheco tricampeão olímpico em 1992, 1996 e 2000.

6- A quem você gostaria de agradecer pela obtenção do índice olímpico?
Primeiramente a Jesus e Maria, pois tenho muita fé que eles me concederam essa benção. A minha família, meu treinador e em especial ao meu noivo Wagner Domingos, o Montanha, que é lançador de martelo. Ele me apoia em tudo. E a todos que desde o meu início no atletismo, me ajudaram a acreditar que eu seria capaz.