A entrevista da semana é com o atleta de tiro esportivo Cassio Rippel, finalista em duas etapas da Copa do Mundo no ano passado, na prova de carabina deitado. Apesar de ser um dos melhores atletas brasileiros da modalidade e estar entre os 15 melhores do ranking mundial, ainda não recebe o Bolsa Pódio e não tem patrocínio de estatal ou alguma empresa privada. Neste ano, irá disputar as 4 etapas da Copa do Mundo e também o mundial, que já dará vagas para a Olimpíada de 2016. Cassio comentou sobre esses assuntos
1- Como você analisa sua temporada 2013 em que conquistou por duas vezes o 5º lugar em etapas da Copa do Mundo?
O ano foi realmente muito bom! Iniciamos na Copa do Mundo de Fort Benning, nos EUA, em maio, com um 5º lugar. Logo em seguida houve a de Munique, na Alemanha, onde fiquei em 13º. Mas sem dúvida a Copa do Mundo mais esperada era a de Granada, na Espanha, por ser realizada no mesmo estande do Campeonato Mundial da ISSF de 2014 (primeira competição que vai entregar "quotas place" para os Jogos Olímpicos do Rio 2016). Essa competição contou com um número recorde de participantes, incluindo Carabina, Pistola e Tiro ao prato. Mais uma vez consegui estar na final, ficando com mais um 5º lugar no ano. Fechei o ano em 12º no ranking mundial.
2- Você deixou de disputar a etapa da Coréia da Copa do Mundo por falta de verbas? Como está o planejamento para 2014? A Confederação já definiu quais etapas você irá disputar?
Realmente não fomos para a Copa do Mundo da Coréia por uma contenção orçamentaria na verba do ano passado. Para 2014 temos um planejamento mais completo e bem definido. Vamos para as quatro Copas do Mundo (USA, Alemanha, Eslovenia e China) além é claro do Campeonato Mundial da ISSF, em Granada/ Espanha.
3- Em setembro teremos o mundial que dará as primeiras vagas olímpicas. Quantos irão se classificar na sua prova de carabina deitado? Você acredita que pode ser o primeiro atleta brasileiro garantido para 2016?
Na minha prova 5 atiradores recebem a "quota place", não obrigatoriamente os 5 primeiros, pois como teremos a prova de Carabina de Ar antes da prova de Carabina Deitado e cada atleta somente pode ganhar apenas uma quota, independente da modalidade, se algum atirador vencer a prova de Carabina de Ar (ou ficar entre os seis primeiros) e depois vencer a prova de Carabina Deitado (ou ficar entre os cinco primeiros), a quota fica para o próximo, ou seja, os seis primeiros nesse caso.
Eu acredito que estamos trabalhando muito forte para chegar em Granada no topo da preparação do ano. Inicialmente concretizar uma boa qualificação e poder entrar na final é o primeiro passo.
4- Você irá disputar os Jogos Sul-Americanos. É uma competição importante, ou não acrescenta muito por causa do nível dos adversários?
Vou sim. Todas as competições acrescentam muito, no caso do tiro esportivo a disputa é sempre comigo mesmo para obter a melhor performance possível no momento de cada disparo, independente de adversários. E muita coisa pode influenciar, como vento, luminosidade, reverberação, munição, temperatura, etc. E especialmente nesse ano há uma importância maior para o tiro esportivo, pois o Pan-americano de Toronto 2015 será disputado no sistema de "quotas place" aos moldes dos Jogos Olímpicos e as primeiras quotas serão distribuídas em Santiago.
5- As etapas de Copa do Mundo dão premiação aos atletas? A Confederação te dá algum prêmio quando você vai bem em alguma competição internacional? Você recebe o Bolsa Pódio?
Não, infelizmente não tenho notícia de nenhuma premiação em dinheiro em uma competição de tiro esportivo até hoje. Nem a Confederação tem sistema de premiação para competições internacionais. Na realidade até a pouco tempo atrás paguei muitas de minhas competições internacionais com dinheiro próprio, certo de que esse investimento era necessário para obter experiência e crescer no esporte.
Ainda não recebo o Bolsa Pódio. O Plano Brasil Medalhas é bem amplo e dentro dele está inserido o Bolsa Pódio como apoio direto ao atleta. Ele engloba apoio complementar para viagens, Camp training no Brasil e no exterior, contratação de técnico e equipe multidisciplinar, procedimentos científicos e aquisição de materiais. Já fui indicado pelo COB, pelo Ministério do Esporte e pela CBTE, preencho o pré-requisito básico que é estar entre os 20 primeiros do ranking mundial e estamos em fase de acertos finais buscando o possível apoio de uma Estatal ou uma grande empresa privada para dar suporte ao Plano como um todo. Esperamos efetivá-lo muito em breve.
6- Como é sua rotina de treinamentos? Quantos dias treina por semana e quantos tiros dá em média a cada treinamento?
Eu treino 6 horas por dia de treino técnico e 2 horas de treino físico, 5 dias por semana. Em média executo 250 disparos por dia. Faço atividades complementares de Ioga, Mental training e neurofeedback.
7- O que você mais gosta e o que menos gosta na vida de atleta?
Atirar pra mim é uma grande paixão. Eu faço o que gosto e por isso me sinto bem ficando todo esse tempo treinando e buscando me aperfeiçoar. O pior de tudo é ficar longe da minha família. Minha esposa e meus filhos são tudo pra mim e estar longe deles faz tudo mais difícil. Se eu pudesse eles estariam me acompanhando 24hrs por dia. Eles me apoiam incondicionalmente, querem me ver sempre melhorar e isso me faria muito bem.
8- Quais as principais dificuldades que a modalidade enfrenta no Brasil?
O acesso ao equipamento de qualidade é a nossa maior dificuldade. Para dispor de um equipamento de top performance, cada atleta tem que importar e custear todo seu equipamento, o que no início da trajetória é muito penoso. Sem um apoio familiar é muito difícil iniciar no esporte.
9- Cite quem te apoia?
Tenho um grande apoio do Comando do Exército, do Comando da 11 Brigada de Infantaria Leve, de Campinas/SP e da Comissão de Desportos do Exército que me permitem manter e conduzir um treinamento de alto nível objetivando uma performance adequada para bem representar o Brasil. Tenho o enorme apoio do Comitê Olímpico Brasileiro que não tem medido esforços para colocar em prática todas as necessidades que a preparação e o treinamento de tiro esportivo demandam. Da CBTE que tem acatado todas às solicitações no sentido de bem preparar-nos. E espero que dentro em breve, também do Ministério do Esporte através do Plano Brasil Medalhas.
1- Como você analisa sua temporada 2013 em que conquistou por duas vezes o 5º lugar em etapas da Copa do Mundo?
O ano foi realmente muito bom! Iniciamos na Copa do Mundo de Fort Benning, nos EUA, em maio, com um 5º lugar. Logo em seguida houve a de Munique, na Alemanha, onde fiquei em 13º. Mas sem dúvida a Copa do Mundo mais esperada era a de Granada, na Espanha, por ser realizada no mesmo estande do Campeonato Mundial da ISSF de 2014 (primeira competição que vai entregar "quotas place" para os Jogos Olímpicos do Rio 2016). Essa competição contou com um número recorde de participantes, incluindo Carabina, Pistola e Tiro ao prato. Mais uma vez consegui estar na final, ficando com mais um 5º lugar no ano. Fechei o ano em 12º no ranking mundial.
2- Você deixou de disputar a etapa da Coréia da Copa do Mundo por falta de verbas? Como está o planejamento para 2014? A Confederação já definiu quais etapas você irá disputar?
Realmente não fomos para a Copa do Mundo da Coréia por uma contenção orçamentaria na verba do ano passado. Para 2014 temos um planejamento mais completo e bem definido. Vamos para as quatro Copas do Mundo (USA, Alemanha, Eslovenia e China) além é claro do Campeonato Mundial da ISSF, em Granada/ Espanha.
3- Em setembro teremos o mundial que dará as primeiras vagas olímpicas. Quantos irão se classificar na sua prova de carabina deitado? Você acredita que pode ser o primeiro atleta brasileiro garantido para 2016?
Na minha prova 5 atiradores recebem a "quota place", não obrigatoriamente os 5 primeiros, pois como teremos a prova de Carabina de Ar antes da prova de Carabina Deitado e cada atleta somente pode ganhar apenas uma quota, independente da modalidade, se algum atirador vencer a prova de Carabina de Ar (ou ficar entre os seis primeiros) e depois vencer a prova de Carabina Deitado (ou ficar entre os cinco primeiros), a quota fica para o próximo, ou seja, os seis primeiros nesse caso.
Eu acredito que estamos trabalhando muito forte para chegar em Granada no topo da preparação do ano. Inicialmente concretizar uma boa qualificação e poder entrar na final é o primeiro passo.
4- Você irá disputar os Jogos Sul-Americanos. É uma competição importante, ou não acrescenta muito por causa do nível dos adversários?
Vou sim. Todas as competições acrescentam muito, no caso do tiro esportivo a disputa é sempre comigo mesmo para obter a melhor performance possível no momento de cada disparo, independente de adversários. E muita coisa pode influenciar, como vento, luminosidade, reverberação, munição, temperatura, etc. E especialmente nesse ano há uma importância maior para o tiro esportivo, pois o Pan-americano de Toronto 2015 será disputado no sistema de "quotas place" aos moldes dos Jogos Olímpicos e as primeiras quotas serão distribuídas em Santiago.
5- As etapas de Copa do Mundo dão premiação aos atletas? A Confederação te dá algum prêmio quando você vai bem em alguma competição internacional? Você recebe o Bolsa Pódio?
Não, infelizmente não tenho notícia de nenhuma premiação em dinheiro em uma competição de tiro esportivo até hoje. Nem a Confederação tem sistema de premiação para competições internacionais. Na realidade até a pouco tempo atrás paguei muitas de minhas competições internacionais com dinheiro próprio, certo de que esse investimento era necessário para obter experiência e crescer no esporte.
Ainda não recebo o Bolsa Pódio. O Plano Brasil Medalhas é bem amplo e dentro dele está inserido o Bolsa Pódio como apoio direto ao atleta. Ele engloba apoio complementar para viagens, Camp training no Brasil e no exterior, contratação de técnico e equipe multidisciplinar, procedimentos científicos e aquisição de materiais. Já fui indicado pelo COB, pelo Ministério do Esporte e pela CBTE, preencho o pré-requisito básico que é estar entre os 20 primeiros do ranking mundial e estamos em fase de acertos finais buscando o possível apoio de uma Estatal ou uma grande empresa privada para dar suporte ao Plano como um todo. Esperamos efetivá-lo muito em breve.
6- Como é sua rotina de treinamentos? Quantos dias treina por semana e quantos tiros dá em média a cada treinamento?
Eu treino 6 horas por dia de treino técnico e 2 horas de treino físico, 5 dias por semana. Em média executo 250 disparos por dia. Faço atividades complementares de Ioga, Mental training e neurofeedback.
7- O que você mais gosta e o que menos gosta na vida de atleta?
Atirar pra mim é uma grande paixão. Eu faço o que gosto e por isso me sinto bem ficando todo esse tempo treinando e buscando me aperfeiçoar. O pior de tudo é ficar longe da minha família. Minha esposa e meus filhos são tudo pra mim e estar longe deles faz tudo mais difícil. Se eu pudesse eles estariam me acompanhando 24hrs por dia. Eles me apoiam incondicionalmente, querem me ver sempre melhorar e isso me faria muito bem.
8- Quais as principais dificuldades que a modalidade enfrenta no Brasil?
O acesso ao equipamento de qualidade é a nossa maior dificuldade. Para dispor de um equipamento de top performance, cada atleta tem que importar e custear todo seu equipamento, o que no início da trajetória é muito penoso. Sem um apoio familiar é muito difícil iniciar no esporte.
9- Cite quem te apoia?
Tenho um grande apoio do Comando do Exército, do Comando da 11 Brigada de Infantaria Leve, de Campinas/SP e da Comissão de Desportos do Exército que me permitem manter e conduzir um treinamento de alto nível objetivando uma performance adequada para bem representar o Brasil. Tenho o enorme apoio do Comitê Olímpico Brasileiro que não tem medido esforços para colocar em prática todas as necessidades que a preparação e o treinamento de tiro esportivo demandam. Da CBTE que tem acatado todas às solicitações no sentido de bem preparar-nos. E espero que dentro em breve, também do Ministério do Esporte através do Plano Brasil Medalhas.
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