Anotem este nome: Patrick Lourenço. Ele é a grande REVELAÇÃO DO BOXE brasileiro e deve brigar por medalhas na Olimpíada de 2016. No ano passado, ficou a uma vitória de uma medalha no mundial e foi campeão pan-americano, na categoria 49kg. O carioca de falou sobre a pressão por resultados, seu ídolo no esporte e a dificuldade em manter o peso para continuar na categoria.
1- Você é apontado como a grande revelação do boxe brasileiro. Isso é bom ou pode criar uma pressão pela conquista de resultados?
Acredito ser bom. É claro que cria uma certa pressão e expectativa de sempre dar bons resultados, mas aí lembro que tem muitas pessoas acreditando e torcendo por mim. Os grandes campeões sempre estão sob pressão e se eu quiser ser um grande campeão um dia, tenho que conviver com isso.
2- Como é manter o peso para continuar na categoria 49kg? Pensa em mudar para a 52kg?
Ter que pesar 49 kg não é pra qualquer um, né? (risos). Mas é feito um trabalho muito bom com nutricionistas, fisiologistas e, principalmente, treinos sob medida para me manter saudavelmente nessa categoria. Subir para o 52Kg ainda não está nos meus pensamentos, já que sigo me sentindo bem no 49 kg e onde estou dando resultados significativos. Mas futuramente, se for o melhor pra mim e para a Seleção, levando em conta o trabalho da Comissão Técnica, estarei pronto!
3- Quais países tem adversários mais complicados de enfrentar para o seu estilo de luta?
Sem dúvida o Leste-Europeu é muito forte! Cazaquistão, Rússia... é uma escola que sabe como poucos aliar velocidade com força. Eles tendem a buscar o combate um pouco mais próximo do adversário, e são velozes no contra-ataque. O meu estilo é um pouco mais no vai-e-vem então, as vezes, os estilos se chocam em cima do ringue, tornando mais difícil de encaixar o meu "jogo".
4- Quem é seu ídolo no boxe?
Roy Jones Jr! Acho muito show o estilo de luta dele. Mesmo tendo sido campeão mundial em categorias de peso muito acima da minha, acho que a forma dele de lutar encheu os olhos de todos os amantes do boxe nas últimas décadas.
5-Por uma vitória você não conseguiu uma medalha no mundial. Passados alguns meses como você avalia a competição?
Posso dizer que foi uma sensação maravilhosa de poder estar entre os melhores do mundo e saber que não é impossível estar no topo do pódio. Aprendi muito e absorvi muita experiência durante e depois desse mundial.
6- Yamaguchi e Esquiva foram para o boxe profissional. É seu objetivo após a Olimpíada de 2016?
Meu maior sonho é a Olimpíada de 2016. Depois disso só Deus sabe! Ainda tem muita água pra rolar, e penso em cada passo de uma vez. Hoje, meus olhos, coração e mente estão exclusivamente apontados para 2016.
7- Você recebe premiação quando conquista medalhas em torneios internacionais?
Não. Na verdade, essa não é política comum nos esportes olímpicos em geral. Porém, esses títulos pontuam no ranking mundial, e a sua posição no ranking é o que define o seu grau de remuneração no Bolsa Atleta, Bolsa Pódio, etc.
8- Como começou a carreira e quem te incentiva na modalidade? Tem algum patrocinador?
Comecei com 13 anos através de um amigo chamado Gabriel. Era um vizinho que treinava há um tempo e me levou para conhecer a modalidade. Eu me apaixonei e não larguei essa paixão até hoje. Tive, então, como maior incentivador o cara que me ensinou a arte do boxe, propriamente dita: Raff Giglio. Não só como treinador mas também como uma figura paterna. Foi um cara que me fez acreditar que seria capaz de conquistar o mundo, e serei eternamente grato por tê-lo na minha vida.
Também não esquecendo de um dos meus melhores amigos, Marvio, que sempre me ajudou quando precisei. E, obviamente, não posso esquecer da minha mãe, Renata, e do meu padrasto Adriano, que sempre me incentivam e me apóiam de forma incondicional! E, então, aqueles que me elevam cada vez mais próximo do topo do mundo, que são os meus companheiros de Seleção, e toda a equipe da CBBoxe que, juntos com o apoio da Petrobrás, nos condicionam a estar sempre competindo com a nata do meu esporte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário