Minha entrevistada desta semana tem o melhor resultado da história da natação feminina brasileira em Olimpíada, o 5˚ lugar nos 400 medley em Athenas 2004. Em 2008 não conseguiu repetir o mesmo resultado, mas continua sendo uma referência na natação brasileira. Em 2011, Joana Maranhão nadará no mundial de Xangai e no Pan, buscando a vaga para sua terceira Olimpíada quando pretende encerrar a carreira. A pernambucana irá completar em 29 de abril, apenas 24 anos. Ele respondeu a SEÇÃO 5 PERGUNTAS abordando rotina de treinamentos, trajes da natação, momento da natação feminina e patrocínio
1- De que forma uma atleta que compete há algum tempo deve buscar motivação para treinar todos os dias? Qual sua rotina de treinamentos?
Isso é bem difícil, sabe! A rotina é bastante estressante, mas se parar pra pensar, qual rotina que não é? Minha mãe levanta todo dia as 5h da manhã, vai pra academia e de lá vai pro consultório onde fica até as 20h atendendo paciente. Ela ama fazer isso, mas por um lado é monótono. Essa é a vida que ela escolheu e é boa nisso. Procuro pensar a mesma coisa para mim. Sou boa nadadora e não posso desperdiçar o talento que recebi. Minha rotina é de treino e parte física pela manhã, mais treino a tarde e faculdade a noite.
2- O que significa estar em uma Olimpíada para você? Se conseguir a classificação para Londres será diferente das outras por ser a terceira?
Participar de uma Olimpíada não é algo que eu consiga descrever em palavras. Fica na memória, no sorriso das fotos, na felicidade contagiante. Isso todo atleta sente, seja de qual nivel técnico for e independente do país. É uma celebração e para chegar lá tem que ser diferenciado de alguma forma. Obvio que gostaria de estar em Londres e terminar minha carreira com 3 ciclos olímpicos completos. Estou fazendo minha parte para que isso aconteça, mas a decisão final é de Deus. Este ano é minha penúltima temporada como nadadora, então quero curtir ao máximo, cada momento, cada campeonato. Se Deus quiser vou parar em Londres, olhar pra trás e dizer : "valeu a pena", agora posso seguir outro caminho.
3- O fim dos super trajes na natação é benéfico para o esporte?
Como tudo na vida tem um lado bom e um lado ruim. Eu nunca fui a favor nem contra os trajes. Minha opinião sempre foi a seguinte: se está disponível pra todo mundo, então não é ilegal. Ridículo foi na Olimpíada de Pequim, países como Estados Unidos, Canadá e Austrália apenas focado no seu treinamento, enquanto a grande maioria ficava em filas enormes pra conseguir 1 maiô pra competir. Um stress e uma falta de respeito desnecessária.
4- O que falta para a natação feminina conseguir revelar uma campeã como aconteceu no masculino com Gustavo Borges e Cielo?
Muita gente me faz essa pergunta e eu nunca sei responder, cada vez digo uma coisa diferente. Vou tentar falar por mim. Bom, treinar eu treino e sei que treino mais do que muito homem. A diferença no meu caso está em "saber matar" chegar na hora e dizer "ninguém tira essa medalha de mim". Atitude mesmo, entende! Acho que as mulheres são muito boazinhas...
5- Desde que o Rio de Janeiro foi escolhido como sede olímpica, mudou algo para a sua carreira. Melhores condições de treinamento, mais apoio ou parece que a Olimpíada de 2016 será em Marte?
O clube que represento já tinha um projeto olímpico mesmo antes do Rio ser escolhido como sede. A grande estrutura que o Minas me proporciona não tem absolutamente nada a ver com o Brasil ser sede dos jogos. Esse projeto é fruto do trabalho duro da comissão técnica do Minas. É a eles que devo toda minha preparação física e mental.
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