EDITORIAL- RIO 2016

Tenho 36 anos e desde 1984 acompanho Olimpíadas. Sempre fui um torcedor daqueles de assistir 14 horas de televisão ( inclusive madrugadas) torcendo para um brasileiro passar da primeira eliminatória na canoagem velocidade. Depois de me formar jornalista passei a divulgar nossos sofridos atletas olímpicos que vivem no país do futebol ( em rádio, revistas e blogs). Ter uma Olimpíada no meu país seria um sonho. Mas fui contra o Rio sediar a Olimpíada para não premiar um país e uma cidade que não tem uma estrutura esportiva. Mas, como um mal aluno que promete ao pai que irá sempre tirar nota 10 daqui em diante e ganha uma Ferrari, o Rio foi o escolhido.


Fico feliz com a escolha do Rio, pelos atletas brasileiros. Vale lembrar que o país sede tem direito de colocar atletas em todas as modalidades disputadas , sem precisar passar por pré-olímpicos. Assim, esportes como ginástica trampolim, levantamento de peso, hóquei na grama, tiro com arco e remo, receberão investimentos nos próximos anos, visando o mínimo de preparação. Espero que assim, novos ídolos possam surgir para despertar a molecada para a prática esportiva. Assim como Guga, Diego Hypólito, Hugo Hoyama e Guga, que a Olimpíada 2016 possa gerar ídolos no ciclismo, na canoagem slalom, no tiro, etc. Que o Brasil não seja apenas o país do futebol e do vôlei, pós 2016.


Agora um recado aos atletas: brasileiro é exigente e pensa que todo esporte é futebol. Quartos e quintos lugares são pouco valorizados. Se ganharmos poucas medalhas em 2016, as cobranças cairão em cima dos atletas e não do Lula, Nuzman e Eduardo que trouxeram um evento para um país que não está estruturado esportivamente. Por isso vamos berrar e exigir estrutura dos dirigentes para a preparação olímpica. E que os jornalistas como eu, ajudem.