1- Você ficou fora da Olimpíada de Londres por 13 centésimos. Como foi retomar os treinamentos e a motivação, depois daquele resultado?
Foi e sempre vai ser muito difícil relembrar essa prova, mas não faz parte do mundo de um esportista ficar vivendo o passado. Fizemos uma prova perfeita mas infelizmente na penúltima baliza cometemos um erro que custou 2 segundos e assim perdemos a vaga por tão pouco. Mas na outra semana ja estávamos na água com 100% de motivação. E sem duvidas vamos levar esse "erro" como aprendizado para 2016.
2- Nós acompanhamos na Olimpíada que a Ana Sátila estava muito nervosa na 1º descida, ficando em último. Depois, mostrou toda sua capacidade e por pouco não avançou as semifinais. Como você lida com o nervosismo na hora de uma descida, já que é uma modalidade em que qualquer erro te tira da disputa.
Como você citou, o slalom é um esporte em que você depende 100% do seu psicológico e eu tenho uma virtude que é me sentir melhor em provas que em treinos. Eu gosto de pressão, gosto de finais e gosto de competir. Acredito que isso é um ponto positivo na hora que o nervosismo bate. E também contamos com um psicólogo na nossa equipe que nos auxilia em pontos como esse.
3- Conte um pouco da sua trajetória na canoagem, porque escolheu o k1 e porque o slalom?Eu comecei a canoagem na minha cidade natal (Piraju-SP) em um projeto chamado NAVEGA SÃO PAULO que tinha o intuito de diminuir a mortalidade de crianças no rio Paranapanema que corta a cidade. Quando entrei podia escolher entre canoagem, vela ou remo. Na hora me interessei pela canoagem mas por ser novo e de baixa estatura me colocaram na vela. Não pude sair até fazer 3 projetos. Só que no 3º projeto o professor de canoagem Odilon Araujo me convidou para fazer uma aula experimental na canoagem velocidade e fiquei na modalidade. Anos mais tarde conheci o Slalom ( em corredeiras) e foi amor a primeira vista. Estou até hoje! O k1 acho que por não ter muitas opções de barco aquela época na escolinha em Piraju, e depois não me interessei em trocar a categoria. O slalom é um esporte fascinante onde força não diz nada, você tem que ser ágil, inteligente e saber utilizar a água a seu favor.
4- O que a canoagem slalom do Brasil precisa para conseguir disputar em igualdade com outros países. Melhores condições de treinamento, importar técnicos estrangeiros, maior intercâmbio...
O crescimento da canoagem brasileira em 2 anos foi inacreditável, e como eu falei falta muito pouco para os resultados aparecerem. Hoje estou em Foz do Iguaçu onde com mais atletas e fazemos parte de um enorme projeto para os Rio2016. Uma super estrutura montada para nos proporcionar condições até melhores que os europeus e contamos com 2 técnicos estangeiros de renome na canoagem mundial: o Éttore Ivald ( técnico em 4 Olimpíadas) e o Guillermo Diez Canedo ( integrante da equipe espanhola de canoagem e atleta nos jogos de Pequin 2008).
Foi uma das minhas melhores provas até hoje, consegui liderar clasificatórias, semi-finais e finais que é quase impossível de acontecer em uma prova como essa com um nível tão elevado. Acho que estamos muito perto de resultados internacionais, só nos falta um pouco de experiência nesse tipo de competição.
6- Quantas horas você treina por dia ou semana e como é esse treinamento?
Por dia mais ou menos 5 horas, de segunda sabado e alguns domingos. Os treinamentos se dividem em água/ academia/corrida
7- Cite seus apoiadores e patrocinadores
Hoje contamos com o patrocínio para a equipe permanente da ITAIPU e do BNDES.
Já em materiais conto com o super apoio da fabricante Portuguesa de kaiaks NELO!
http://www.youtube.com/watch?v=WRBd0B0jarU&list=UU8dHIBodI0G0qDdPZ3oBzaw&index=2&feature=plcp
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