A entrevista de hoje é com o atacante da seleção brasileira de polo-aquático Rudá Franco. Paulista, 24 anos, defende a seleção desde 2004. Atuou 2 anos na Espanha e agora sonha em ajudar o Brasil a voltar a uma Olimpíada, fato que não ocorre desde 1984. Para isso, o Brasil precisa torcer para os EUA irem bem no mundial da China e depois vencer o Canadá nos Jogos Pan-Americanos em outubro. Rudá Franco respondeu a 6 perguntas.
1- Qual a sua análise sobre o atual momento da nossa seleção. Temos condições de vencer o Canadá no Panamericano e conquistar a vaga olímpica que não vem desde 1984?
Condições nós temos, mas será difícil se ficarmos treinando no Brasil sem fazer nenhum tipo de intercambio ou amistosos com grandes times. Lembrando que para conquistar a vaga, ainda dependemos de uma boa colocação dos EUA no mundial de Xangai.
2- Você atuou na Espanha, uma potência no esporte. O que essa experiência internacional contribuiu na sua volta a seleção?
Na Espanha, mesmo jogando a 2˚ divisao, eu vivi o esporte profissional. Treinava de 6 a 8 horas por dia. Meu dia era todo voltado para o polo aquático e aprendi a ser profissional. Voltei ao Brasil com outra mentalidade e outro nivel de jogo. O atacante tem que ser inteligente, saber a hora de finalizar e onde finalizar.
3- O que mais te agrada e o que mais incomoda na vida de atleta?
O que mais me agrada é o respeito e reconhecimento das pessoas que sabem da dificuldade de jogar um esporte sem retorno financeiro e sem retorno de mídia. Jogar por amor como nós dizemos. O que incomoda é a falta de profissionalismo de pessoas ligada ao nosso esporte!
4- Defina em porcentatem, a importância da parte física, da parte técnica e da parte psicológica na sua modalidade?
50% a parte fisica, 35% parte tecnica e 15% parte psicológica.
5- O que o técnico croata Goran Sablic trouxe de diferente para o treinamento da seleção? Qual o maior enfoque?
O Goran Sablic trouxe uma mentalidade profissional, exatamente como é na Europa. Os treinamentos da seleção hoje são basicamente de preparo físico. Muitas horas de treinos intensos, mesmo esbarrando no amadorismo do nosso esporte no Brasil, ele conseguiu com que a seleçao treinasse bem com o pouco tempo que tinhamos disponivel.
6- O Brasil tem equipes competitivas em praticamente todos os esportes coletivos. O que falta ao polo-aquático brasileiro para ficar entre os melhores do mundo: maior número de praticantes, maior divulgação da mídia ou maior investimento financeiro?
Falta um pouco de tudo. Aumentando o número de praticantes se consegue ter mais material humano para trabalhar e assim selecionar os melhores para representar o país. A divulgação da midia é ligada diretamente ao investimento financeiro. Ainda esbarramos no amadorismo. Poucos clubes do Brasil conseguem ter um esquema profissional. Normalmente o jogador divide seu tempo de treinamento com trabalho e estudos. Para a seleção brasileira evoluir, falta principalmente intercambio de jogos. Hoje a mentalidade de treinos da seleção mudou muito. Treinamos forte cerca de 8 horas por dia, mais ainda é pouco. Precisamos jogar contra os melhores.
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