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terça-feira, 3 de junho de 2014

ENTREVISTA DA SEMANA: GHIS PERRIER- ESGRIMA

O entrevistado desta semana nasceu no Ceará e foi adotado ainda pequeno por uma família francesa. Se tornou  atleta de esgrima no país europeu, mas em 2013 passou a competir pelo Brasil. Neste ano, conseguiu um resultado histórico ao ser medalhista de bronze em etapa da Copa do Mundo. Ghis deve competir na Olimpíada de 2016 e conseguir um resultado histórico para a modalidade no Brasil. Ele respondeu as perguntas em francês. Segue a tradução.

1- Como foi a conquista da medalha de bronze na etapa de Seul da Copa do Mundo? Foi o melhor desempenho da sua carreira?
Foi um momento mágico. Desde o início, senti uma boa sensação vencendo todos os jogos do grupo na sexta-feira e me qualificando diretamente  para o dia seguinte. Mas eu estava longe de imaginar que iria vencer dois medalhistas olímpicos da Itália e ainda terminar em 3º. É o melhor resultado da minha carreira.

2- Há quanto tempo você pratica esgrima e como surgiu a possibilidade de integrar a equipe brasileira?

Comecei a esgrima realmente por acaso, graças a meus pais. Quando eu era mais novo tive problemas recorrentes com asma e parei de jogar futebol e basquete . Meus pais me matricularam na esgrima e eu tenho amado o esporte. Para o Brasil , tudo começou em janeiro de 2013. Com a ajuda da minha namorada fui conversar com o vice-presidente da Confederação e o treinador do Brasil. Minha 1º competição nacional foi no Rio de Janeiro em agosto e internacional na Copa do Mundo em Paris, em janeiro de 2014. 


 3- No que você acredita que precisa melhorar para ter condições de ficar entre os 8 melhores na Olimpíada de 2016?
O Brasil é um país novo na esgrima . O número de licenciados não permite ainda competir com sucesso com o resto do mundo. Ainda é muito cedo mas está no caminho certo. Muitos atletas estão indo para a Europa ou  Estados Unidos para treinar. De minha parte eu sempre treinei na França. A escola francesa é uma boa escola e me permite atuar no mais alto nível com as cores do Brasil e espero que me permita ganhar uma medalha nos próximos Jogos Olímpicos Rio 2016 ...

4- Como é seu relacionamento os atletas brasileiros da esgrima?

Com outros atletas brasileiros as coisas realmente vão bem. Resta- me aprender português corretamente para ser aceito. Com a equipe , eu vim para  dar uma dinâmica , motivada e isso se reflete nos resultados. Eu acho que eles realmente percebem que agora é possível vencer as grandes equipes, como fizemos em Seul, batendo a Itália, campeã olímpica com uma pontuação de 45-44.


5- O que você mais gosta e o que menos gosta na vida de um atleta?
Vida de atleta é emocionante. Nos permite viajar para  todo o mundo e conhecer culturas diferentes. Sem esporte eu acho que nunca veria todas essas coisas. Ir do Japão para Cuba através da Rússia em poucas semanas. Eu não conheço muitas pessoas que têm a chance de fazer isso . Pontos negativos ? Não ...

6- Quem são seus ídolos no esporte e qual país você mais admira na esgrima?
6. No futebol, agora eu realmente gosto de Thiago Silva. É um exemplo de simplicidade , eficiência e joga no Paris Saint- Germain, por isso é perfeito . Eu também era um grande fã de Ronaldinho, Ronaldo, Roberto Carlos , Romário e Bebeto . Na esgrima eu não tenho um modelo ainda.

7- Cite seus patrocinadores e apoiadores

Hoje não tenho patrocinadores. A Confederação Brasileira apoia minhas viagens , meu alojamento, minhas refeições e inscrições em competições internacionais. Eu criei uma página no Facebook  quando cheguei no Brasil  que permite  o brasileiro e o francês acompanhar passo a passo os meus resultados. Este é o meu pequeno fã-clube. Isto traz tanta coisa para se sentir apoiado. Agradeço a cada dia as pessoas que se juntaram a página. Me motivam a alcançar o meu sonho olímpico ...

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