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terça-feira, 14 de junho de 2011

ENTREVISTA DA SEMANA- LEANDRO GUILHEIRO- JUDÔ

A entrevista desta semana é com nosso principal judoca, Leandro Guilheiro. Medalhista olímpico em 2004 e 2008 com 2 bronzes, Leandro poderá ser o primeiro judoca a ganhar medalhas em 3 Olimpíadas. Hoje com 27 anos, pode tranquilamente chegar até a Olimpíada de 2016. Nos últimos anos, tem conquistado medalhas em quase todas as etapas da Copa do Mundo que disputa. Em 2010, foi prata no mundial. Leandro responde sobre o momento do nosso judô, sua atual fase, mudança no sistema de disputa da Olimpíada e muito mais. Ele respondeu a 5 perguntas


1- Ao contrário das duas Olimpíadas em que você conquistou medalha, desta vez entrará na lista de favoritos da imprensa brasileira. Isso é bom ou ruim?

Para mim é indiferente. Infelizmente, aqui no Brasil, ainda temos alguns veículos que só acompanham o esporte olímpico a cada 4 anos, então é comum eles fazerem análises superficiais de quem tem ou não chances de medalha. Em 2008, por exemplo, uma revista francesa especializada em judô me colocou como um dos candidatos ao pódio para os Jogos de Pequim. Além deles, o campeão olímpico Aurélio Miguel, em uma entrevista, também apostava no meu nome. Mas, no fim, são só previsões e tudo pode acontecer no dia.

2- Como está hoje o judô brasileiro em termos de estrutura e patrocínio? E você. Suas medalhas lhe trouxeram melhor condição financeira?

Por conta dos resultados que apresentamos nos últimos 20, 25 anos, o judô vem tendo uma evolução natural. Além disso, hoje estamos mais organizados e isso viabiliza a entrada de novos investidores no nosso esporte. Talvez a única coisa que ainda precise mudar por aqui seja a estratégia que algumas empresas implementam na hora de lançar parcerias com atletas individualmente. Por incrível que pareça, muitas vezes o último requisito necessário para que um atleta seja patrocinado são os seus resultados, fazendo com que a essência do "patrocínio esportivo" e todos os valores a ele agregados perca o seu real sentido.

3- Na próxima Olimpíada apenas quem chegar nas quartas de finais poderá disputar o bronze, ao contrário do que acontecia. Qual a sua avaliação sobre o novo sistema?
Desde o Mundial 2009 já estamos lutando em condições similares ao que enfrentaremos em Londres. Acredito que todos estejam acostumados, até porque em Grand Slams, Grand Prix e Masters, nem mesmo a respecagem existe mais. Este sistema nivela por cima, diminuindo bastante a nossa margem de erro.

4- Ao contrário de outros judocas brasileiros que vivem fases boas e outras ruins ( Tiago Camilo e Ketleyn), você manteve uma regularidade de bons resultados nos ultimos anos. Como você avalia essa situaçao?

Acredito que todos os atletas passem por momentos difíceis em suas carreiras e comigo não foi diferente. Talvez a minha regularidade se deva ao fato de que nunca me permiti aceitar estas fases ruins como verdadeiras e sempre busquei me questionar o porquê daquilo tudo. Acho que me tornei muito resiliente por causa do esporte.  

5- Hoje você já é reconhecido nas ruas? As pessoas sabem a modalidade que você pratica?
Algumas vezes sim, mas nada de anormal. É comum quando uma pessoa me reconhece haver essa conexão, do tipo: "É o judoca!"

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