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quarta-feira, 4 de maio de 2011

ENTREVISTA DA SEMANA- MOSIAH RODRIGUES



O entrevistado desta semana é o ginasta Mosiah Rodrigues. Ele representou o Brasil na Olimpíada de Athenas 2004. Agora espera buscar a inédita vaga para a equipe masculina. Mosiah responde sobre a falta de patrocínio, nova geração, encerrar a carreira e centro de treinamento. Ele respondeu a Seção 5 Perguntas

1- O Brasil nunca levou uma equipe masculina completa para uma Olimpíada. Com os resultados obtidos pelo Arthur Zanetti e Sergio Sasaki podemos dizer que " chegou a hora"?

Acredito que nós, atletas e treinadores, estamos no caminho certo para conquistar a vaga olímpica por equipes . A nova geração da ginástica brasileira veio para somar e auxiliar nessa inédita conquista. Hoje temos ginastas  com ótimas condições técnicas e grande potencial de crescimento, mas que na grande maioria, treina  em estruturas defasadas recebendo incentivo financeiro incompatível com as responsabilidades inerentes a função exercida por um atleta que representa o país.
 
2- Você está com 30 anos. O que o motiva a continuar competindo em um esporte tão desgastante?  Tem um prazo para encerrar a carreira?

Minha motivação é conquistar a inédita vaga para a equipe nas Olimpíadas de 2012. Representei nosso país em 2004, o Diego Hypólito em 2008 e agora acredito que chegou a hora da equipe masculina. Tenho medalhas em Copa do Mundo, Pan, Universíade, mas ter participado de Athenas 2004 significou alcançar minha principal meta como atleta


3- Qual o seu aparelho favorito, a barra ou o cavalo. Em qual você acha que tem mais chances de bons resultados?


Gosto mais de treinar cavalo com alças porque é um aparelho mais desafiador na hora da competição. Com relação a resultados acredito que depende um pouco da competição, mas como estamos em ano de Jogos Pananericanos, acho que minhas chances são maiores no cavalo com alças.

4- Qual a sua opinião sobre reunir atletas em um centro de treinamento? É o ideal ou melhor treinar nos clubes e reunir apenas nos períodos de grandes competições?

Essa questão motivou o meu TCC na faculdade. É uma discussão bastante complexa, principalmente por estarmos no Brasil. Minha posição é de que reunir atletas em um CT ainda é a melhor opção para a ginástica em nosso país por proporcionar um trabalho mais homogêneo da equipe, condições estruturais iguais para todos os integrantes da equipe e avaliações diárias do processo seletivo para montagem da equipe.

5- Como está sua situação em termos de apoio financeiro? Melhorou depois que o Rio foi escolhido "sede olímpica"?

 
Nada mudou após a escolha do Rio.A ginástica ainda não tem um CT adequado. Muitas empresas ainda não enxergam o esporte como um investimento, um meio de divulgar sua marca de forma mais barata e positiva. Ainda é bem difícil fechar um patrocínio no Brasil. Eu estou sem no momento.Tenho todo apoio do Grêmio Náutico União, clube que represento. Apoio financeiro, médico, alimentação, bolsa de estudos etc. Se não fosse o clube já teria deixado a ginástica, já que o apoio que recebo da Confederação Brasileira de Ginástica e seu patrocinador é apenas uma pequena ajuda de custo que não fornece a segurança e nem auxilio estrutural necessário para desenvolver meu treinamento e atividades cotidianas com tranqüilidade e principalmente, com qualidade. 

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